Em um cemitério de Gaza, o corpo da pequena Zainab Abu Halib, de apenas 5 meses, foi coberto por um lençol branco. Sua morte, causada pela fome extrema, é mais uma vítima da guerra e das restrições israelenses à ajuda humanitária no território palestino.
Uma dor que transcende números
A mãe de Zainab, Esraa Abu Halib, chorou ao se despedir da filha. "Ela era só um número agora", disse, referindo-se à lista de vítimas que ninguém parece querer olhar. A menina nasceu pesando 6,6 quilos e morreu com menos de 4,4 quilos.
"Ela precisava de fórmula especial para bebês alérgicos ao leite de vaca", explicou o doutor Ahmed al-Farah, chefe do departamento pediátrico do Hospital Nasser. Sem acesso a esse produto essencial, Zainab desenvolveu diarreia crônica e vômitos, que levaram à infecção séptica e,最终, à morte.
A fome comoarma de guerra
Desde março deste ano, Israel impôs um bloqueio total a Gaza, interrompendo o fornecimento de alimentos, medicamentos e combustível. Mesmo após a pressão internacional, a entrada de suprimentos foi restringida a 69 caminhões por dia—a metade do que é considerado necessário para sustentar os 2 milhões de habitantes.
Organizações humanitárias alertam para um risco de fome generalizada. "A menos que as fronteiras sejam abertas e alimentos e fórmulas infantis cheguem a Gaza, veremos números de mortes jamais vistos", advertiu o doutor al-Farah.
Uma realidade brasileira
Enquanto isso, no Brasil, debates sobre desigualdade e fome também ganham espaço. A tragédia de Zainab é um lembrete doloroso de que a fome não é apenas uma questão de pobreza, mas uma arma usada deliberadamente contra populações vulneráveis.
Conclusão
A morte de Zainab é uma mancha na consciência coletiva. Ela foi mais do que um número—era uma vida, um sonho interrompido. Que sirva como alerta para a urgência de mudanças que salvem outras crianças de um destino semelhante.