O drama da água: como o dinheiro sujo e os investidores privados estão afogando moradores de casas móveis no Michigan

Imagem principal da notícia: O drama da água: como o dinheiro sujo e os investidores privados estão afogando moradores de casas móveis no Michigan

Após a crises da água em Flint, o Michigan se tornou referência nacional em segurança hídrica, mas está falhando miseravelmente ao proteger os moradores de parques de casas móveis. Enquanto o estado impõe regras rígidas para a remoção de canos de chumbo e redução de substâncias perigosas, milhares de pessoas continuam sem acesso à água segura em suas casas móveis.

Os reguladores estaduais admitiram que não têm poder para fiscalizar os parques deslicenciados, onde vivem centenas de milhares de brasileiros e outras minorias. O problema é auge com a entrada de fundos de private equity no setor, que adquiriram 1 em cada 6 parques no estado nos últimos 20 anos.

"Com o investimento privado entrando nesse espaço, a meta dessas empresas parece ser obter os maiores retornos possíveis para os investidores, mesmo que isso signifique oferecer serviços inadequados ou práticas exploradoras e insalubres", disse o senador estadual John Cherry.

Em North Morris Estates, onde Theo Gantos vive, a água saía fraca, com manchas e cheiros fortes. Ele teve que instalar um sistema de filtração em etapas para ter água potável. Sua persistência em denunciar as condições precárias do parque resultou na condenação do dono pelo crime de operar sem licença.

Entretanto, casos como esse são raros. O estado dificilmente age contra os parques deslicenciados, e a indústria argumenta que as autoridades têm mais poder para agir. "Essas pessoas não se importam", disse Gantos sobre os donos de parques.

A crise dos parques de casas móveis reflete um dilema maior: em nome do lucro, estamos jogando fora a saúde e o bem-estar de milhões de brasileiros? Enquanto o governo falha em proteger seus cidadãos, as empresas privadas continuam a encher os bolsos, transformando casas móveis em verdadeiros navios fantasmas flutuando sem rumo.

Camila Fernandes

Camila Fernandes

Enquanto Theo Gantos lutava por água potável, o estado dormia no tranco. A lição aqui é clara: a privatização excessiva não é a resposta para tudo, especialmente quando se trata da saúde pública.

Ver mais postagens do autor →
← Post anterior Próximo post →