Mortes violentas caem, mas medo persiste: entenda o novo cenário da segurança no Brasil

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Os números da violência no Brasil pintam um quadro complexo: enquanto as mortes violentas caíram para o menor nível dos últimos dez anos, com 44.127 óbitos em 2024, registrando uma queda de 5,4% em relação ao ano anterior, a sensação de insegurança ainda permeia a população.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, divulgado recentemente, a redução dos crimes de rua, como homicídios intencionais, furtos e roubos, coexistsce com um aumento na violência no espaço privado. Cada vez mais, os agressores são pessoas próximas, como é o caso da violência contra mulheres, crianças e adolescentes.

Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, destaca que, embora a situação nas ruas melhore, o mundo virtual se tornou uma nova fronteira para o crime organizado. Golpes, estelionatos e invasões de privacidade proliferam-se com rapidez, deixando muitos cidadãos reféns das quadrilhas.

Outra tendência preocupante é o aumento dos crimes contra crianças e adolescentes. Entre 2023 e 2021, os episódios que levaram à suspensão de aulas por violência saltaram de 1% para 3,6% das escolas. Os estupros registraram o maior número de vítimas desde que o anuário foi criado há 19 anos: 87.545 casos, com 65,7% ocorrendo dentro de casa.

Enquanto isso, a produção e distribuição de material abusivo contra crianças cresceu 26,8%, especialmente atingindo meninas entre 5 e 9 anos. Os maus-tratos contra adolescentes de 14 a 17 anos também aumentaram 12,7%.

Diante desse cenário, é compreensível que o medo ainda esteja presente na população, apesar da redução nas mortes violentas. A segurança se tornou um tema central na agenda pública, e a necessidade de ações mais eficazes para combater a violência em todos os seus aspectos jamais foi tão clara.

João Silva

João Silva

Enquanto o Brasil celebra a queda das mortes violentas, é inegável que outros tipos de violência tomaram seu lugar. É como se tivéssemos trocado um monstro por outro, mas igualmente assustador. A luta contra a segurança pública não terminou; ela apenas mudou de cenário.

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