Em meio à expectativa de receber até 50 mil visitantes para a COP30, Belém enfrenta um desafio inusitado: a falta de hotéis. Diante dessa situação, os motéis da cidade estão se transformando em soluções improváveis, adaptando quartos que eram originalmente decorados com apelo erótico para acomodar diplomatas, cientistas e representantes internacionais.
Os proprietários de motéis locais estão fazendo verdadeiras reformas para se adequar à demanda. Em um dos estabelecimentos, os quartos foram repaginados: camas trocadas, espelhos do teto cobertos por madeira e mastros de pole dance retirados. Outro motel, o Love Lomas, inclusive removeu a cadeira erótica e está estudando mudanças no cardápio que inclui até brinquedos sexuais alugáveis.
Apesar das adaptações, o estigma em torno dos motéis persiste. 'As pessoas acham que é como um bordel. Mas é apenas um espaço como qualquer outro', declarou um administrador aoThe New York Times. A reportagem surpreendeu leitores internacionais, já que os motéis no Brasil são tradicionalmente associados a casais em busca de privacidade.
Além das reformas, os preços também se tornaram um problema. Diárias que custavam US$ 150 subiram para até US$ 650, o que tem causado desconforto entre países em desenvolvimento e insulares. Até navios de cruzeiro com 6 mil leitos foram alugados para conter a crise.
Enquanto isso, a cidade segue com um déficit de milhares de leitos, e as obras de adaptação dos motéis ainda não estão todas concluídas. A solução inusitada dos motéis reflete tanto a criatividade quanto os desafios de umacidade que está prestes a sediar um dos eventos mais importantes do mundo em termos de mudanças climáticas.
