A implementação da Online Safety Act no Reino Unido está causando um verdadeiro furor. Enquanto o governo britânico defende que as novas regras protegem os mais jovens de conteúdo nocivo, muitos se perguntam se a balança pende para a censura ou para a privacidade.
Diariamente, milhões de usuários do Reino Unido estão sendo submetidos a verificações de idade ao tentarem acessar sites restritos. Essas verificações são realizadas por meio de scanners faciais, verificação de documentos e até mesmo cheques de cartão de crédito. Ajuste-se ou pague: as plataformas que falharem em implementar esses sistemas enfrentarão multas pesadas - até 10% da receita global ou £18 milhões, o que for maior.
Enquanto isso, o debate sobre privacidade não para. O governo garante que os dados dos usuários estarão seguros e não serão compartilhados sem necessidade. No entanto, como vimos recentemente, a segurança online é algo relativamente raro no mundo digital.
E o que dizer das VPNs? Apesar de ilegais em países como Rússia e China, elas continuam a ser legais no Reino Unido. É curioso que um país que se autoproclama defensor da liberdade virtual esteja considerando banir uma tecnologia amplamente usada para circumventar restrições.
Enquanto isso, plataformas como o X (antigo Twitter) já saíram em defesa dos internautas. Em um recente artigo intitulado 'UK's Online Safety Push Shows What Happens When Oversight Becomes Overreach', a empresa criticou duramente a nova legislação, acusando-a de transformar a 'proteção' em censura.
No final do dia, o que está em jogo não é só a idade dos usuários, mas a própria natureza da internet. Será que ela continuará sendo um espaço livre e anônimo ou se transformará num território supervisionado, onde cada click está monitorado?
