Descobertas recentes na área de alergias podem revolucionar o entendimento do que realmente causa aqueles espirros irritantes e olhos coçando. Uma equipe de pesquisa internacional descobriu que proteínas presentes em fungos como Alternaria alternata criam pequenos buracos nas células das vias respiratórias, liberando íons de cálcio e alertando o sistema imunológico. Essa descoberta, publicada na revista Nature, mudou paradigmas sobre como as alergias são desencadeadas.
Os cientistas identificaram duas proteínas, chamadas Aeg-S e Aeg-L, que atuam juntas para perfurar as membranas celulares. Isso leva à liberação de moléculas que acionam a resposta imunológica, tornando o corpo sensível a determinados antígenos. Essa nova perspectiva pode abrir caminho para tratamentos mais eficazes, focando diretamente nas proteínas causadoras dos sintomas.
Para chegar a esses resultados, os pesquisadores testaram a ação das proteínas em células pulmonares e em modelos murinos. Descobriram que a administração simultânea das duas proteínas provocava uma inflamação similar à induzida por um extrato do fungo Alternaria alternata. Além disso, observaram que os ratos desenvolveram níveis elevados de IgE, um anticorpo associado a alergias, após exposição repetida às proteínas.
Esses achados não apenas esclarecem o mecanismo subjacente das alergias, mas também desafiam abordagens tradicionais de tratamento, que costumavam focar apenas nos antígenos ou nas respostas imunológicas downstream. Agora, cientistas podem começar a explorar novas estratégias para neutralizar essas proteínas perniciosas.