Em junho, cientistas se reuniram na ilha de Heligoland, na Alemanha, para celebrar o centésimo aniversário da mecânica quântica. Ainda assim, um século depois, os físicos continuam divididos sobre o que a teoria realmente significa e como interpretar seu impacto no mundo subatômico.
Uma teoria matemática sem igual
A mecânica quântica é unanimidade em prever com precisão os resultados de experimentos na escala microscópica. Ela permitiu construir tecnologias revolucionárias, como computadores, lasers e relógios quânticos. No entanto, o que está por trás dessa maravilha teórica permanece um mistério — e uma questão de interpretação subjetiva.
Dissonância na física moderna
A revista Nature realizou a maior pesquisa jamais feita sobre os fundamentos da mecânica quântica, entrevistando centenas de físicos. Os resultados foram surpreendentes: não há consenso sobre questões básicas como se uma partícula pode existir em dois lugares ao mesmo tempo ou se o universo é multicósmico.
Do que estamos falando?
Entre os físicos, há uma tensão entre os 'realistas', que defendem que a teoria quântica descreve um mundo visualizável, e os 'epistêmicos', que interpretam a teoria como ferramenta exclusiva para prever resultados experimentais. Essa diferença de opiniões não apenas dificulta a divulgação da física ao público, mas também abre espaço para pseudociências explorarem as lacunas do conhecimento.
Avanços e impasses
Enquanto estudos recentes tentam esclarecer essas questões — como os experimentos com neutrinos e aprofundamento do diálogo entre físicos e filósofos —, ainda falta uma teoria que integre a gravidade, o único força fundamental não contemplada pela mecânica quântica.
Para onde estamos indo?
Ainda que após 100 anos os físicos continuem sem respostas definitivas, essa falta de consenso é, ironicamente, o que torna a física tão fascinante. A curiosidade em explorar outras interpretações e aprofundar o diálogo com a filosofia podem ser as chaves para o progresso futuro.