Em meio a uma tensa disputa entre Estados Unidos, China e empresas de tecnologia, a Nvidia negou acusações da China sobre a presença de 'backdoors' ou 'kill switches' em seus chips. A empresa, conhecida por sua tecnologia de processadores gráficos e soluções para inteligência artificial, reforçou sua posição contrária a propostas que exigiriam tais características em chips exportados.
Recentemente, a Administração do Espaço Cibernético da China afirmou ter identificado problemas sérios de segurança em chips da Nvidia destinados ao mercado local. Essas alegações foram veementemente negadas pela empresa, que destacou a confiabilidade de seus sistemas e alertou contra a adoção de medidas que possam introduzir vulnerabilidades.
David Reber Jr., Chefe de Segurança da Nvidia, escreveu em um post no blog: "Não há portas secretas, nem interruptores de emergência em nossos chips. Não é assim que sistemas confiáveis são construídos - e nunca serão." Ele argumentou que a introdução de tais características seria um convite para hackeadores e atores hostis, comprometendo a infraestrutura digital global.
A discussão sobre 'backdoors' ganhou maior relevância com a proposta do Chip Security Act nos Estados Unidos, que visa monitorar chips exportados. Alguns legisladores americanos defendem que essas medidas ajudariam a evitar que tecnologias avançadas cheguem a adversários como a China.
No entanto, Reber Jr. comparou essa ideia à fracassada Clipper Chip da NSA nos anos 90, lembrando os riscos de sistemas com portas secretas. "Isso não é apenas uma questão técnica - é um tema de segurança nacional e ética tecnológica", destacou.
Enquanto isso, no Brasil, empresas de tecnologia continuam monitorando de perto as consequências geopolíticas destas disputas. Com a crescente adoção de IA no país, a confiança em sistemas tecnológicos torna-se ainda mais crítica.