Em plena agosto, o Brasil assiste a um cenário que parece saído de um filme de desastre: as florestas ardendo, nuvens de fumaça obscurecendo o horizonte e a terra se transformando em um deserto. Os números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) não mentem: entre janeiro e agosto de 2025, o país já registrou impressionantes 27.803 focos de queimadas.
O estado do Mato Grosso lidera esse ranking apavorante com nada menos que 4.618 ocorrências, seguido por Tocantins (4.077), Maranhão (3.563) e Bahia (2.838). No Paraná, a situação também não é das melhores: são 662 focos de incêndio que chamam atenção – e não de maneira positiva.
É impressionante como as condições climáticas desse período se tornaram aliadas do fogo. O tempo seco, os ventos fortes e a vegetação ressecada criam um cocktail explosivo que parece ter virado rotina. E não estamos falando apenas de causas naturais, como raios; infelizmente, a maior parte dessas queimadas é obra da mão do homem.
A situação é ainda mais alarmante se consideramos o contexto global. As temperaturas aumentam, as secas prolongadas se tornam comuns e os incêndios florestais ganham em frequência e intensidade. Em 2024, o Brasil já havia registrado um recorde preocupante: 37.302 focos de queimadas.
Para quem trafega pelas rodovias próximas às áreas de mata, o perigo é real. A fumaça densa reduz a visibilidade, bloqueia estradas e até interfere no funcionamento de aeroportos. Para a saúde pública, os riscos são ainda maiores: problemas respiratórios como asma e bronquite podem ser exacerbados.
Diante desse cenário apocalíptico, surge uma pergunta: será que estamos diante de um ponto de não retorno? Afinal, nem sempre a água é suficiente para extinguir esses incêndios. Alexandre Mitidieri, diretor da Kidde Global Solutions (KGS), explica que uma nova tecnologia combina água e LGE (líquido gerador de espuma) para combatre o fogo com maior eficiência.
Enquanto isso, a natureza segue se transformando. As florestas brasileiras, um patrimônio que transcende o território nacional, estão sendo devoradas pelo fogo e pela ganância humana. E, no meio disso tudo, parece que não aprendemos ainda a ouvir as sábias lições da terra.