A semana foi marcada por um incidente que promete repercussão no cenário político brasileiro. Na quinta-feira (7/8), os partidos PT, PSB e PSol entraram com um pedido inédito na Câmara dos Deputados: a suspensão cautelar, por seis meses, dos mandatos de cinco parlamentares do PL envolvidos na ocupação da Mesa Diretora.
Os deputados Julia Zanatta, Marcel van Hattem, Marcos Pollon, Paulo Bilynskyj e Zé Trovão são acusados de participar de uma ação que durou quase 40 horas, impedindo o funcionamento normal da Casa. Os partidos argumentam que os parlamentares usaram força física, correntes e objetos simbólicos para obstruir a sessão legislativa.
Em um tom que mistura indignação com estratégia política, os autores das representações, Lindbergh Farias, Pedro Campos e Talíria Petrone, descrevem a ação como uma 'afronta à hierarquia institucional' e um 'precedente perigoso no Estado Democrático de Direito'. Eles pedem que o episódio seja tratado com 'rigor das normas éticas e regimentais', destacando sua gravidade para a separação de Poderes.
É raro ver partidos de esquerda e centro-left unindo forças em uma mesma frente, especialmente contra figuras ligadas ao governo atual. Mas o momento exige medidas drásticas, conforme parece pensar a base aliada. Resta saber como a Câmara vai reagir a um pedido que chega no momento em que as tensões políticas já estavam latentes.
Enquanto isso, os deputados bolsonaristas mantêm-se silenciosos, ou será que preparam uma réplica? A briga promete esquentar ainda mais nas próximas semanas. Será que o STF terá que intervir? Só o tempo dirá.
