Em um marco histórico para a mobilidade elétrica no Brasil, o Paraná se prepara para inaugurar o primeiro anel viário dedicado a veículos elétricos. Com 26 estações de recarga distribuídas pelas principais rodovias estaduais, este projeto revolucionário promete não apenas impulsionar o turismo local, mas também estabelecer um novo padrão para o restante do país.
Conhecido como anel viário, esse sistema permitirá que os motoristas de carros elétricos percorram a maior parte do estado sem preocupações com a falta de pontos de recarga. A distância média entre as estações será de 120 quilômetros, garantindo uma cobertura contínua e segura para viagens longas.
A iniciativa é da empresa By.charge, especializada em soluções tecnológicas para veículos elétricos. Cada estação de recarga oferecerá serviços completos, incluindo carregadores de até 120 kW, monitoramento constante, Wi-Fi gratuito e segurança local. Além disso, a energia utilizada será 100% renovável, proveniente de usinas fotovoltaicas.
Segundo Felipe Ferraz, engenheiro eletricista responsável pelo projeto, a ideia é que os motoristas possam recarregar seus veículos com tranquilidade durante paradas naturais de viagem. "Acreditamos que essa infraestrutura não apenas reduzirá as emissões de carbono, mas também incentivará o uso de energia limpa no setor de transportes", afirma Ferraz.
Este projeto não se limita às fronteiras do Paraná. Ele será estendido para cidades de Santa Catarina, como Garuva e Penha, criando um corredor elétrico interestadual. Até dezembro de 2025, os motoristas já poderão usufruir desse sistema em rodovias como a BR-376 e a BR-101.
Enquanto o Brasil ultrapassou recentemente a marca de 200 mil veículos eletrificados, ainda há obstáculos para viagens longas. A falta de pontos de recarga nas rodovias, a insegurança quanto ao funcionamento 24 horas das estações e a ausência de carregadores rápidos fora dos grandes centros ainda são desafios comuns.
Com o anel viário do Paraná, no entanto, parece que estamos caminhando rumo a um futuro mais limpo e conectado. E não podemos deixar de pensar: se isso é possível em uma região como o Sul do país, por que não pode acontecer em outras partes do Brasil?
