Em uma descoberta fascinante, cientistas demonstraram que as penas de pavão não apenas encantam por suas cores brilhantes e iridescentes, mas também podem emitir luz laser após serem tingidas múltiplas vezes. Publicado no jornal Scientific Reports, o estudo revela a primeira exemplo de uma cavidade bio-laser pertencente ao reino animal.
As cores espetaculares nas penas do pavão e nas asas de borboletas não advêm de pigmentos, mas sim da estrutura microscópica. Como explica o texto original, a arranque das escamas de quitina (uma polissacarídea comum em insetos) forma um difrativo que refrata a luz de maneira impressionante. No caso das penas do pavão, é a periodicidade nanométrica dos barbules – pequenos fios compostos por hasteletes de melanina revestidos de queratina – que gera os efeitos iridescentes.
Os cientistas descobriram que, após tingir as penas várias vezes, elas passaram a emitir laser. A equipe observou emissões em dois comprimentos de onda distintos nas regiões das "olhos" das penas, com o verde sendo o mais intenso. O fenômeno só ocorreu empenas tingidas múltiplas vezes, possivelmente devido a uma melhor infusão do corante e solvente nos barbules.
Embora não tenham identificado exatamente qual microestrutura responsável pelo laser, os cientistas especulam que granulados proteicos ou estruturas similares no interior das penas possam funcionar como cavidade para o激光. Co-autor do estudo, Nathan Dawson sugere que um dia tal pesquisa pode levar ao desenvolvimento de lasers biocompatíveis para uso em aplicações médicas.
Essa descoberta não apenas abre caminho para novas tecnologias, como também nos lembra da maravilha da natureza. Será que a natureza sempre foi mais avançada do que nós imaginávamos?
