A Polícia Federal (PF) está atualmente investigando 89 casos que envolvem pessoas com foro privilegiado, incluindo deputados federais, senadores, ministros, governadores e outras autoridades. Os números foram obtidos através da Lei de Acesso à Informação (LAI) e referem-se apenas às investigações realizadas na sede da PF em Brasília, na Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores (CINQ).
Investigações espalhadas pelo país
No entanto, o total pode ser maior, já que existem investigações distribuídas pelas superintendências da PF em outros estados. Um exemplo é a operação Overclean, conduzida pela PF na Bahia, mas não contabilizada nesse levantamento.
Entendimento sobre o foro privilegiado
O entendimento jurídico sobre o foro privilegiado mudou recentemente. Em março deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a prerrogativa é mantida mesmo após o cargo público ser deixado, desde que o crime investigado esteja relacionado ao exercício do cargo.
Abuso de recursos públicos
Um dos principais temas nas operações da PF é o mau uso de recursos públicos, especialmente emendas parlamentares. O mais recente caso envolve o deputado Júnior Mano (PSB-CE), que foi alvo de buscas na Câmara dos Deputados e teve R$ 54,6 milhões bloqueados em contas bancárias.
Outras operações notáveis
Entre as operações mais conhecidas está a Emendafest, que investiga desvios de emendas para um hospital no Rio Grande do Sul. Agentes descobriram contratos que indicavam o pagamento de 6% para um 'operador' de emendas.
Cota parlamentar na mira da PF
Além das emendas, a cota parlamentar também tem sido alvo de investigações. No ano passado, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) foi alvo de buscas após suspeitas de desvio de recursos.
Esquemas fora do Legislativo
Outras operações da PF envolvem esquemas em tribunais, como a Sisamnes, que mira a venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Mato Grosso. Recentemente, o prefeito de Palmas (TO) foi preso por suspeita de vazamento de informações de inquéritos.