O agronegócio brasileiro continua a mostrar seu peso na economia do país, com um PIB que ultrapassa 23,5% em 2024 e projetado para chegar a 30% em 2025. No entanto, o estudo inédito realizado pela Agenda Pública revela uma realidade paradoxal: apesar da geração de riquezas impressionante, o desenvolvimento social nas cidades ligadas ao agro não acompanha esse ritmo.
Os números
Sorria (MT), por exemplo, que gere impressionantes R$ 8,3 bilhões com a produção de soja, não figura entre as melhores em nenhuma categoria relacionada a educação, saúde ou infraestrutura. O estudo avalia 50 municípios e aponta que o desempenho geral médio é de 0,48, classificado como 'médio'. Nenhum município alcançou a faixa 'alta'.
Dimensões analisadas
- Educação: Rio Verde (GO) lidera, enquanto Balsas (MA) está no final da lista.
- Saúde: Rio Brilhante (MS) se destaca, mas Dourados (MS) tem os piores indicadores.
- Infraestrutura: Uberaba (MG) é líder, e São Félix do Araguaia (MT) fecha a lista.
- Proteção Social: Paracatu (MG) está em primeiro lugar, Correntina (BA) no último.
- Desenvolvimento Rural: Sapezal (MT) se destaca, e Alegrete (RS) é o pior.
- Gestão de Qualidade: Campos de Júlio (MT) lidera, Santana do Mundaú (AL) fecha a lista.
A pesquisa, coordenada por Sergio Andrade, diretor executivo da Agenda Pública, destaca a necessidade de transformar a riqueza gerada no agro em bem-estar para as comunidades locais. Apesar da potência mundial na produção de alimentos, o estudo alerta para a necessidade de um modelo de crescimento mais equilibrado e sustentável.