Os conflitos internos na política americana voltaram a ganhar destaque, com o presidente Donald Trump criticando abertamente seu próprio aliado no Senado, Josh Hawley. Em um tweet contundente, Trump chamou Hawley de 'senador de segunda categoria', acusando-o de jogar nas mãos dos democratas.
Esta não é a primeira vez que Trump desfia seus companheiros republicanos. Recentemente, ele também se irritou com Chuck Grassley, um experiente senador do Iowa, sobre procedimentos obscurecos na nomeação de juízes federais.
A proposta de Hawley para banir o comércio de ações por membros do Congresso, incluindo o presidente e o vice-presidente, ganhou apoio bipartidário, mas Trump insistiu em isentá-lo pessoalmente. A legislação, conhecida como 'Honest Act', proibiria que congressistas, presidentes e vice-presidentes comprem ou vendam ações com base em informações privilegiadas.
Apesar da oposição de alguns republicanos, a proposta avançou na Comissão de Segurança Nacional e Gabinete, com Hawley conseguindo votos tanto de seu partido quanto dos democratas. Gary Peters, líder democrata na comissão, elogiou a iniciativa, descrevendo-a como algo que o público deseja há décadas.
Trump, no entanto, não parece contente. Em um comentário ácido, ele comparou a situação ao 'alvos' que os democratas estariam traindo contra ele. 'Não penso que republicanos de verdade queiram ver seu presidente, que teve sucesso sem precedentes, alvo do capricho de um senador de segunda categoria chamado Josh Hawley', disparou.
A discussão sobre a transparência financeira de congressistas não é nova. Durante a pandemia de COVID-19, revelações sobre negociações de ações por legisladores chocaram o público, apesar das leis contra operações com insider trading não aplicarem diretamente às informações recebidas por eles.
Enquanto isso, Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara, declarou apoio à legislação, ressaltando que os americanos merecem confiança de que seus líderes estão servindo ao interesse público e não a seus portfólios pessoais.