Em meio a um cenário político cada vez mais polarizado, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, vem defendendo veementemente a recente reforma constitucional que permite a reeleição presidencial ilimitada. Em publicação nas redes sociais, Bukele argumentou que '90% dos países desenvolvidos permitem a reeleição indefinida de seu chefe de Governo', questionando o porquê de tanta polêmica em seu país.
Uma questão de soberania
Para Bukele, a crise diplomática que se abate sobre El Salvador não passa de um pretexto para esconder o verdadeiro problema: a posição de país 'pequeno e pobre'. Em tom de ironia, ele destacou que mesmo que seu país adotasse sistemas políticos semelhantes aos das monarquias parlamentares da Europa, como Reino Unido ou Espanha, as críticas continuariam. 'Supõe-se que você não deve fazer o que eles fazem', declarou.
Contexto de repressão
Mais do que uma simples mudança constitucional, a reforma desafia os padrões internacionais e vem acompanhada de um endurecimento das restrições contra ativistas, jornalistas e defensores dos direitos humanos. Diversas entidades, como Anistia Internacional e Human Rights Watch (HRW), já classificaram a medida como 'golpe mortal' à democracia.
Popularidade e resultados
Apesar das críticas, Bukele mantém uma popularidade elevada, apoiado principalmente pela redução da violência após o implante de um regime de exceção em 2022. No entanto, organizações de direitos humanos denunciam abusos no programa de segurança, incluindo detenções massivas e restrições às liberdades civis.
