A revolução da inteligência artificial (IA) está transformando inúmeras áreas, incluindo a visualização biomédica. No entanto, os especialistas alertam para os desafios na utilização de ferramentas de IA gerativa na criação de imagens para aplicações em saúde e ciência.
Um novo estudo, apresentado por pesquisadores da Noruega, Canadá e Estados Unidos no congresso IEEE Vis 2025, destaca os riscos associados à confiança excessiva em imagens geradas pela IA. O papel, intitulado "It looks sexy but it's wrong", explora a tensão entre criatividade e precisão na utilização da IA para visualização biomédica.
Os autores demonstram exemplos de imagens incorretas geradas por modelos como o GPT-4 ou DALL-E 3, comparando-as com as produzidas por especialistas. Em um dos casos, uma imagem de um ratinho "bem-dotado" foi retratada em um artigo revogado e posteriormente satirizado no programa de TV de Stephen Colbert.
Entre os principais problemas estão a falta de precisão nas imagens e o potencial de reforçar estereótipos na saúde. "A aparência profissional das imagens pode enganar, levando as pessoas a tomar decisões importantes baseadas em representações falhas", destacam os pesquisadores.
Um questionário aplicado a 17 profissionais de visualização biomédica revelou uma variedade de opiniões. Enquanto alguns enxergam oportunidades, outros expressam ceticismo e preocupações sobre a propriedade intelectual e a responsabilidade em casos de erros.
Para combater esses desafios, os pesquisadores defendem a adoção de diretrizes e práticas melhores no uso da IA na visualização biomédica. "A comunidade deve se sentir confortável para compartilhar pensamentos e preocupações sobre essas ferramentas", destaca Shehryar Saharan, um dos autores.