A América do Norte está vivenciando uma verdadeira revolução na geração de energia. No primeiro semestre deste ano, foram adicionados nada menos que 22.332 megawatts de capacidade de usinas elétricas, com a maioria significativa vindo de fontes renováveis. O sol, as baterias e o vento estão transformando o paisage energético dos Estados Unidos.
Segundo os dados da Administração de Informação Energética (EIA), a energia solar utility-scale representou quase metade desse total, com 12.034 MW, seguida pelas baterias (5.900 MW) e pela energia eólica onshore (2.697 MW). O gás natural veio em seguida, com 1.691 MW, enquanto não houve nenhuma nova usina de carvão ou nuclear.
Essa mudança é ainda mais impressionante se considerarmos o contexto político recente. Durante a administração Trump, havia uma clara preferência por fontes fósseis como gás natural, carvão e nuclear. No entanto, os dados mostram que as renováveis continuaram a avançar, apesar desse incentivo. Um dos principais motivos é o tempo necessário para desenvolver esses projetos, muitos dos quais já estavam em andamento desde 2020.
Além disso, a demanda por energia continua a crescer, especialmente para atender aos centros de dados e outros grandes consumidores. Nesse contexto, as fontes mais fáceis de construir e economicamente viáveis se destacam: solar, baterias e gás natural.
Para ilustrar a magnitude desse movimento, basta lembrar da maior usina inaugurada recentemente: o projeto Hornet Solar, com 600 MW em Texas. Essa infraestrutura não apenas reflete a capacidade de geração de energia limpa, mas também demonstra como os investimentos em renováveis estão se tornando cada vez mais atrativos.
Apesar desse progresso, desafios persistem. A confiança das taxas de incentivo fiscais pode afetar alguns projetos, e o gás natural ainda enfrenta problemas como interrupções na cadeia de suprimentos e flutuações nos preços. No entanto, a trajetória clara aponta para um futuro onde as energias renováveis continuarão a dominar.