Imagine você ter aquele amigo que, independentemente das consequências negativas, sempre acaba fazendo as mesmas decisões ruins. Parece algo recorrente na vida social, não é mesmo? Pois saiba que a ciência está aqui para ajudar a entender o porquê disso acontecer.
Segundo uma nova pesquisa conduzida pela Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), em Sydney, Australia, muitas pessoas simplesmente não conseguem estabelecer uma ligação causal entre suas decisões e os resultados negativos. O estudo, publicado na revista Nature Communications Psychology, identificou três tipos de comportamentos denominados: Sensíveis, Desavisados e Compulsivos.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores desenvolveram um jogo online em que os participantes tinham que escolher entre dois planetas para negociar. A cada clique, havia uma chance de 50% de ganhar pontos ou perder parte deles para piratas espaciais. Enquanto alguns participantes rapidamente perceberam a ligação entre suas decisões e os resultados negativos, outros continuaram cometendo as mesmas erros, apesar das consequências.
A equipe descobriu que aproximadamente 27% dos participantes eram Compulsivos, ou seja, incapazes de evitar decisões ruins mesmo após receberem informações claras. Enquanto isso, 47% foram classificados como Desavisados, conseguindo adaptar seu comportamento com mais facilidade.
'O problema parece residir na incapacidade de alguns indivíduos em reconhecer a conexão entre suas ações e as consequências negativas', explicou Philip Jean-Richard Dit Bressel, um dos pesquisadores. 'Eles simplesmente não veem a ligação, o que leva à repetição constante de comportamentos prejudiciais.'
Esses achados têm implicações significativas para intervenções em problemas como apostas, álcool e drogas. Enquanto a maioria das pessoas responde positivamente a informações claras, os Compulsivos parecem ser imunes a qualquer tipo de mensagem, independentemente da gravidade das consequências.
Como redator, é fascinante observar como certos padrões comportamentais se repetem em diferentes contextos. Ainda assim, é alarmante constatar que tantas pessoas estão presas em um ciclo de auto-sabotagem, especialmente quando as consequências são tão claras.