Cameron John Wagenius, um soldado dos Estados Unidos destacado em bases na Coreia do Sul e no Texas, demonstrou que, apesar de suas habilidades técnicas impressionantes, faltava-lhe o senso mais elemental de discrição. Em 2024, ele hackeou empresas de telecomunicações e acessou dados de chamadas de Donald Trump e Kamala Harris, além de tentar extorquir as empresas por meio do pagamento de resgates em criptomoedas.
Wagenius, que usava o pseudônimo 'kiberphant0m', não apenas divulgou parte dos dados hackeados como também entrou em contato com supostas agências de inteligência estrangeiras para vender a informações roubadas. Ele até chegou a prometer mais vazamentos caso suas exigências não fossem atendidas:
'Vou extravasar muito mais, literalmente tudo.'
Entretanto, o que Wagenius não contava era com sua própria imprudência. Em menos de um mês após a prisão inicial, ele havia:
- Comprado um novo laptop,
- Configurado uma VPN,
- Retornado online,
tudo isso apesar de ordens claras de seu superior para evitar o uso de tecnologias que pudessem expô-lo. Sua sorte durou apenas até meados de dezembro, quando o novo computador foi apreendido e as evidências decisivas foram encontradas.
Os documentos do caso revelam um indivíduo com habilidades técnicas significativas, mas que falhou miseravelmente em compreender os princípios básicos de segurança operacional (opsec). Desde conversas explícitas no Telegram a postagens em fóruns como BreachForums e XSS, Wagenius parece ter esquecido que qualquer coisa que ele escrevesse ou fizesse poderia virar prova contra ele.
Allison Nixon, da Unit 221B, destacou a necessidade de juízo em matérias cibernéticas: "Você precisa parar de fazer merda e contratar um advogado."