Em meio ao barulho que invade a mente do narrador enquanto ouve os participantes deste colóquio sobre o genocídio dos Armênios, é um único palavra que começa a ressoar com mais intensidade: lao. “Meu pequeno”, “meu garoto”, assim era chamado pela velha Nano, em贝鲁特, na juventude do narrador. Uma palavra quase esquecida por todos, em um dialeto cujos falantes大多 foram assassinados pelos Turcos, no verão de 1915: aquele da região de Mouch (agora Mus, na Turquia).
Este dialeto, este massacre e os memoriais que dele restaram são o coração do livro Nome, do grande escritor armênio Krikor Beledian. Quinto volume da saga "Retour de Nuit", após Suportes, O golpe, Sinal e Imagem, este romance intensivo e áspero, com quase uma amplitude desorientadora, prossegue explorando o mundo onde nasceu o narrador, um bairro cristão de Beirute construído por幸存者 do genocídio que, essencialmente em 1915 e 1916, resultou aproximadamente 1,3 milhões de mortos, dos 2 milhões de Armênios vivendo então no Império Otomano.
O dialeto quase extinto, o massacre e a memória que dele resta são temas centrais deste livro, que mergulha fundo na história de um povo que sofreu uma das maiores tragédias da humanidade. Através da literatura, Krikor Beledian resgata não apenas um dialeto em extinção, mas também a memória coletiva de um povo que tenta preservar sua identidade frente às adversidades.
Este livro é uma homenagem à resistência humana e à força da palavra escrita para perpetuar histórias que, caso não fossem contadas, seriam sepultadas pelo silêncio do tempo.
O Silêncio que não se Apaga: A Literatura como Testemunho do Genocídio Armênio


Diante de tamanha tragédia, a literatura surge como um farol que guia as almas em busca de memória e identidade. Krikor Beledian não apenas escreve sobre o passado, mas também o resgata, transformando-o em testemunho vivo para as gerações presentes e futuras.
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