A sucessão do Dalai Lama: uma batalha entre monges budistas e o estado chinês

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Após décadas de tensão espiritual e política, a sucessão do Dalai Lama se transformou em um dilema que transcende o budismo tibetano. Em discussão está não apenas a identidade do próximo líder espiritual, mas também o próprio futuro da religião no contexto da China comunista.


Para entender melhor essa complexa disputa, conversamos com Hannah Ellis-Petersen, correspondente sulasiática do The Guardian, e Lhadon Tethong, ativista tibetana. Elas nos contam como a invasão chinesa na década de 1950 deslocou a liderança budista para a Índia e alterou profundamente o cenário político-religioso da região.


Enquanto o Dalai Lama, aos 90 anos, abre publicamente discussões sobre o processo de escolha do seu sucessor, surge a possibilidade inquietante de que após sua morte, o mundo possa ter não um, mas dois Dalai Lamas. Uma divisão que não apenas fragmentaria a tradição budista, mas também desafiaria a soberania cultural e espiritual da China.


Essa narrativa é uma reflexão sobre identidade, pertencimento e o impacto das ações políticas em crenças milenares. Como sempre, a religião serve como espelho da natureza humana: fonte de conexão, mas também de divisão.

Maria Oliveira

Maria Oliveira

Enquanto o Dalai Lama se prepara para deixar seu legado, fica claro que sua sucessão não é apenas uma questão espiritual, mas sim um jogo político de altas consequências. Para os monges tibetanos, é um teste de fidelidade; para a China, uma oportunidade de consolidar seu domínio cultural. E para nós, espectadores distantes, é uma lição sobre o quanto a religião pode ser usada – e abusada – em nome do poder.

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