Tales of the Shire: O jogo que me salvou do estresse

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Em um mês particularmente estressante, Tales of the Shire surgiu como uma bênção inesperada — ou, pelo menos, isso é o que me fizemos pensar. Primeiro, encarei o jogo com a mentalidade de quem está apenas cumprindo mais um dever: "jogar" se tornou uma tarefa, algo a ser concluído rapidamente para dar espaço ao próximo compromisso. Foi um erro crucial. O jogo, afinal, não é sobre chegar ao destino; é sobre apreciar a jornada.


Para quem está familiarizado com as histórias de O Senhor dos Anéis, o título em si já promete uma experiência ligada ao universo Tolkien. E, sim, há referências — como um breve encontro com Gandalf e mencionas de regiões familiares do Reino Unido das Bruxas. Mas Tales of the Shire foca exclusivamente na vida dos Hobbits, longe das batalhas épicas e da escuridão que define a trilogia original. Isso já é um ponto em seu favor.


A experiência inicial foi desafiadora. Os primeiros minutos foram dedicados a tarefas rotineiras: cozinhar, plantar alimentos, explorar o vilarejo de Bywater e resolver uma disputa sobre a definição de "village" segundo um livro perdido. Tudo isso em um contexto de estresse, o que fez com que cada minuto extra parecesse uma eternidade. Até que me dei conta: estava tratando o jogo como mais um trabalho, ao invés de algo para desfrutar.


Foi só após uma reflexão que voltei. Decidi encarar Tales of the Shire não com a pressa do estressado, mas com a paciência necessária para apreciar cada detalhe. A arte do jogo é linda — evoca sentimentos de um quadro em aquarela ou óleo, criando uma atmosfera quase onírica. Os personagens são simpáticos, e as tarefas diárias se tornam fontes de prazer.


Claro que não foram todas flores. Algumas pequenas queixas persistiram: a limitação da mochila no início do jogo foi frustrante, assim como a falta de uma opção para rastrear ingredientes necessários para cada receita. Essas pequenas irritações ressoaram particularmente forte num momento em que eu já estava sensível.


Apesar disso, o jogo conseguiu me oferecer algo valioso: um reminder de que, às vezes, é essencial parar e desfrutar do caminho. E é justamente isso que Tales of the Shire propõe — uma experiência de slow life, onde os problemas são pequenos e as recompensas estão na simplicidade.

Lucas Martins

Lucas Martins

Há jogos que nos oferecem aventuras épicas e outros que simplesmente nos lembram de parar e respirar. Tales of the Shire é daquela categoria rara: aqueles que você termina com a sensação de ter feito algo bom por si mesmo.

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