A crise econômica causada pelo tarifaço dos Estados Unidos está ganhando dimensão preocupante em Santa Catarina. Em sua primeira reunião do Comitê de Crise, a FIESC (Federação das Indústrias de Santa Catarina) revelou que o PIB estadual pode sofrer uma queda de até 0,67%, com impactos significativos em setores como madeira e derivados. A entidade já está mobilizando esforços para minimizar os danos.
Em reunião online participada por mais de 300 empresários, o economista-chefe da FIESC, Pablo Bittencourt, destacou a necessidade de compreender melhor os efeitos do tarifaço nas empresas catarinenses. Levantamentos preliminares indicam que mil empresas podem ser afetadas, com o setor de madeira sendo o mais vulnerável.
A FIESC encaminhou uma pesquisa para aferir o impacto real do tarifaço na economia local. Dados como número de empregos, faturamento e endividamento das empresas serão coletados para embasar pedidos de ajuda ao governo estadual. Entre as medidas já negociadas estão linhas de crédito especial, antecipação de créditos de exportações e postergação do ICMS.
Enquanto isso, o setor madeireiro, que representa 22% das exportações para os EUA, se prepara para um golpe duro. O presidente da Câmara de Comércio Exterior, Maria Teresa Bustamante, lembrou que a investigação 232 do governo americano ainda está em curso e pode resultar em novas tarifas.
É interessante observar como um tarifaço imposto por outro país pode desestabilizar uma economia regional tão dinâmica quanto a de Santa Catarina. Enquanto aqui as empresas se rearranjam, lá fora, talvez, haja risadas silenciosas.
