Em mais uma jogada no complicado tabuleiro internacional, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (6) a imposição de tarifas adicionais de 25% sobre produtos importados da Índia. A medida, que eleva para 50% a alíquota total sobre produtos indianos, surge como uma retaliação ao fato de o país continuar adquirindo petróleo da Rússia, algo que Trump considera prejudicial à tentativa internacional de pressionar Moscou a encerrar sua ofensiva na Ucrânia.
Alerta ao Brasil
A nova medida não apenas afeta a Índia, mas também serve como aviso para o Brasil. Países que mantêm relações comerciais com a Rússia, como é o caso brasileiro, podem enfrentar sanções semelhantes. Atualmente, o Brasil já é alvo de tarifas de 50% sobre suas exportações para os Estados Unidos, uma consequência das negociações que não avancaram conforme esperado.
As consequências da guerra
A escalada comercial promovida por Trump reflete a complexidade geopolítica atual. Enquanto Moscou e Kiev se confrontam na Ucrânia, aliados como os EUA buscam formas de punir parceiros que continuam negociando com a Rússia. A Índia, apesar de ser considerada uma 'amiga' dos Estados Unidos, não foge à regra. Em um tweet recente, Trump destacou as barreiras comerciais indianas e criticou o país por seu histórico de importações russas.
Uma guerra comercial sem fim
A situação lembra a ascensão dos 'tarifaços' como arma política em tempos modernos. Em 2022, Trump já havia imposto sanções comerciais contra a Rússia, proibindo importações de petróleo e outros produtos. Agora, estende esse mesmo modelo para a Índia — e ameaça fazer o mesmo com a China. Ainda que os EUA tenham negócios significativos com a Índia, Trump insiste em moldar uma relação comercial que favoreça unilateralmente seu país.
Um alerta global
A decisão de Trump não é apenas um problema bilateral entre os Estados Unidos e a Índia. Ela envia um sinal claro para o mundo: qualquer parceiro que mantenha laços comerciais com a Rússia pode vir a enfrentar consequências. No Brasil, parlamentares já haviam alertado sobre essa possibilidade há semanas, destacando os riscos de uma nova onda de sanções que poderiam afetar não apenas o país, mas também outros parceiros regionais.
A geopolítica moderna parece ter se tornado um tabuleiro cada vez mais complicado, onde as tarifas e sanções se misturam a alianças estratégicas e interesses nacionais. Enquanto isso, o comércio global corre o risco de sofrer ainda mais com essa nova rodada de tensões.