A Ucrânia, em um movimento inusitado e profundamente simbólico, está recrutando homens com mais de 60 anos para apoiar as tropas no conflito contra a Rússia. A medida, anunciada pelo presidente Volodimir Zelensky, surge num momento crítico da guerra que já dura quase quatro anos.
Uma geração que não esperava voltar à guerra
Esses voluntários, muitos dos quais já haviam vivenciado conflitos na juventude, agora são chamados para funções de apoio. O recrutamento inclui exames médicos e testes de aptidão militar, com um período de avaliação de dois meses. Ao final, eles serão designados a departamentos que necessitam de mão-de-obra não-combatente.
A guerra dos mais velhos
Esta decisão reflete a crescente dificuldade do país em atrair jovens para o serviço militar. Recentemente, a Ucrânia já havia reduzido a idade mínima para recrutamento obrigatório de 27 para 25 anos. Agora, diante da pressão da guerra, olha para os mais experientes – e, em certa medida, desesperada – para reforçar suas tropas.
Ucrânia tenta resistir
Afinal, a Ucrânia vive sob lei marcial desde 2022, proibindo homens adultos de saírem do país. O objetivo explícito é prolongar a guerra o máximo possível para ver se as sanções internacionais contra a Rússia surtirão efeito.
Uma reflexão sobre a idade e a guerra
A medida de Zelensky não é apenas uma estratégia militar, mas também um comentário sobre o lugar das pessoas idosas em tempos de conflito. Enquanto jovens hesitam em se alistar, os mais velhos são chamados para contribuir – não na linha de frente, mas no apoio logístico que mantém a máquina de guerra funcionando.
A ironia da situação
É como se a Ucrânia estivesse recorrendo à experiência adquirida ao longo das décadas, tentando extrair o máximo possível de cada cidadão. E os idosos respondem, com orgulho e resignação, aceitando um papel que ninguém jamais imaginou ter que desempenhar.