Imagine um cenário em que cada minuto, o equivalente a um caminhão de lixo plástico é despejado nos oceanos. Isso não é um filme distórico, mas a dura realidade que vivemos hoje. A poluição por plásticos está devastando o planeta de formas insidiosas: fragmentando-se, se infiltrando no ar, nas águas, nos alimentos e,最终, em nossos corpos. Um problema que não apenas ameaça os ecossistemas, mas também a saúde humana.
Para piorar, a produção de plásticos depende da extração e transformação de combustíveis fósseis, agravando ainda mais a crise climática. Diante desse cenário apocalíptico, a conferência internacional que acontece em Genebra, entre os dias 5 e 14 de agosto, assume uma relevância crucial: ela pode selar o destino do primeiro tratado mundial contra a poluição por plásticos.
Os números são alarmantes. Atualmente, apenas um terço das substâncias químicas utilizadas na produção de plásticos foram testadas para toxicidade, e muitas já são consideradas 'altamente perigosas' à saúde humana. Com a produção global de plásticos projetada para dobrar até 2050, checando assim um bilhão de toneladas por ano, o cenário se torna ainda mais assustador. Enquanto isso, menos de 10% dos resíduos plásticos no mundo são reciclados.
Enquanto a ciência grita por ação, o mundo parece estar dividido. Uma coalizão de países, incluindo os 27 da União Europeia, apoia um tratado que inclua cláusulas para reduzir a produção e o consumo global de plásticos. Porém, um grupo resistente de nações, como Arábia Saudita, Rússia e Irã, com o apoio da China e dos Estados Unidos, insiste em limitar os esforços a uma gestão mais superficial dos resíduos.
Diante desse impasse, é inevitável questionar: será que estamos condenando as futuras gerações a um mundo ainda mais tóxico? E qual papel o Brasil pode e deve jogar nessa batalha global?