A Ford foi condenada a pagar 30 milhões de reais por danos morais coletivos após o fechamento de sua fábrica em Camaçari, Bahia, sem negociação prévia com o sindicato. Embora o valor seja significativo, ele representa apenas uma fração do 4 bilhões pleiteados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
A Justiça determinou que o pagamento só ocorrerá após esgotarem-se os recursos, processo que pode demorar meses ou anos. Enquanto isso, a sociedade brasileira se questiona sobre os impactos socioeconômicos de um dos maiores símbolos da indústria automobilística no país.
Historicamente, a Ford desfrutou de benefícios fiscais e isenções governamentais desde sua chegada ao Brasil em 1919. No entanto, após um longo período, a empresa decidiu encerrar suas operações no país em 2021, transferindo a produção para fábricas na Argentina e Uruguai.
Hoje, a antiga fábrica de Camaçari pertence à BYD, após ser vendida pelo governo baiano por 287,8 milhões de reais. Enquanto isso, a Ford mantém-se silenciosa sobre o assunto.
Essa decisão judicial não apenas puni penalidades, mas também abre precedente para que outras empresas reflitam sobre suas responsabilidades sociais. No Brasil, onde o desemprego e a precarização do trabalho são problemas crônicos, casos como este servem de alerta para políticas mais equilibradas entre lucro empresarial e bem comum.