Em um gesto controverso que ecoou além das paredes do zoológico de Nuremberg, a Alemanha se viu no centro de uma polêmica sem precedentes. O zoo da cidade foi obrigado a tomar uma decisão dolorosa: eutanasiar 12 babuínos, consequência direta do aumento populacional desses animais e da falta de espaço adequado para abrigá-los.
A saga teve início em fevereiro de 2024, quando o zoológico anunciou seu plano drástico. Mesmo diante das críticas das organizações de defesa dos animais e das manifestações de protesto, a instituição insistiu que não havia alternativa viável para abrigar os 43 babuínos, um número considerado excessivo para o espaço destinado originalmente a apenas 25 adultos e seus filhotes.
A tentativa do zoológico de encontrar soluções anteriores não teve sucesso. Desde 2011, 16 babuínos foram enviados para outros zoológicos em Paris, Pequim e Madri, mas todas essas instâncias já haviam atingido sua capacidade máxima. Uma tentativa de controle da natalidade também fracassou há anos.
Enquanto isso, na manhã de terça-feira (29), o zoológico fechou suas portas por 'motivos operacionais não especificados', mas não demorou para que a polícia relatasse que ativistas haviam invadido os jardins do local, com alguns colando-se ao chão em sinal de protesto antes de serem detidos.
Após estes eventos, o zoológico confirmou à agência de notícias alemã DPA que havia realizado o procedimento fatal. As organizações de defesa dos animais prometeram apresentar uma denúncia criminal, enquanto os protestos continuaram na cidade.
Essa não é a primeira vez que um zoológico europeu enfrenta críticas por decisões semelhantes. Em 2014, o Zoológico de Copenhague chocou o mundo ao matar uma girafa saudável de dois anos, despedindo-se do animal diante de espectadores, incluindo crianças, antes de alimentar seu cadáver para os leões.
Em um contexto onde a ética na conservação e o tratamento dos animais são cada vez mais questionados, casos como este levantam questões fundamentais sobre o nosso relacionamento com a natureza e a responsabilidade das instituições. Como observa um defensor dos direitos dos animais: 'Os zoológicos precisam repensar seu papel em um mundo onde os espaços estão cada vez mais curtos'.