A inteligência artificial (IA) tem impressionado o mundo com suas conquistas, desde a criação de enzimas que digerem plásticos até proteínas capazes de neutralizar venenos de serpentes. No entanto, um novo estudo revela uma limitação significativa da IA na compreensão da biologia.
Os pesquisadores Constantin Ahlmann-Eltze, Wolfgang Huber e Simon Anders, sediados em Heidelberg, desafiaram os modelos de IA para prever alterações na atividade gênica em células expostas a diferentes condições. O resultado foi surpreendente: os sistemas de IA não apenas falharam, mas também foram superados por um modelo extremamente simplificado que sempre previa resultados aditivos ou nenhuma mudança.
Essa descoberta serve como um lembrete importante de que a biologia é uma ciência tremendamente complexa. Enquanto a IA pode ser incrivelmente eficaz em certas áreas, como a predição de estruturas proteicas, ela ainda está longe de compreender todo o espectro da biologia.
Os experimentos foram conduzidos usando a técnica Perturb-seq, que envolve a edição genética com CRISPR para alterar a atividade de genes individualmente ou em pares. Os modelos de IA foram treinados com dados de 100 ativações gênicas individuais e 62 pares de ativações. No entanto, quando confrontados com novos pares de genes, os sistemas falharam miserably.
Os pesquisadores concluíram que os modelos de IA não foram capazes de prever interações sinérgicas entre genes, algo que é fundamental para entender completamente a biologia celular. Em outras palavras, enquanto a IA pode ser útil em tarefas específas, ela ainda não consegue lidar com a complexidade intrínseca da vida.