Em um dos crimes mais chocantes que o Brasil já presenciou, Nataly Helen Martins Pereira, acusada de assassinar Emelly Beatriz Azevedo Sena e roubar o bebê que ela estava prestes a nascer, será julgada pelo Tribunal do Júri. O caso, ocorrido em Cuiabá (MT), ganhou notoriedade por sua brutalidade e pelas consequências trágicas para as vítimas.
Segundo investigações, Nataly arrancou o bebê ainda vivo de dentro do corpo de Emelly, que tinha apenas 16 anos. A vítima foi induzida até a residência da acusada, onde foi imobilizada e assassinada com um golpe conhecido como 'mata-leão'. Posteriormente, o corpo foi enterrado nos fundos da casa de Nataly, que tentou fingir ser a mãe do bebê usando documentos falsos.
A Justiça reconheceu as provas apresentadas pelo Ministério Público e decidiu mantê-la presa preventivamente. O juiz responsável pelo caso, Francisco Ney Gaíva, rejeitou o pedido da defesa para que fosse instaurado um incidente de insanidade mental, considerando que não havia evidências concretas de que Nataly estivesse incapaz de entender os ilícitos cometidos.
Em entrevista, o promotor Rinaldo Segundo destacou a correta interpretação do magistrado em proteger mulheres e reconhecer a maternidade como um direito reprodutivo. O crime foi classificado como feminicídio qualificado, com agravantes por ter sido cometido durante a gestação, utilizando meios cruéis e recursos que dificultaram a defesa da vítima.
Este caso não apenas choca pela brutalidade, mas também expõe um padrão de violência contra mulheres jovens, muitas vezes invisibilizado. Em Cuiabá, o assassinato de Emelly e o sequestro do bebê colocam em questão a proteção das mulheres em idade reprodutiva e a necessidade de ações mais enérgicas para combater tais crimes.