O que é uma boa morte? Conheça as diferenças entre o Brasil e o Reino Unido

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A morte é inevitável, mas o modo como ela é encarada varia amplamente de cultura para cultura. No Brasil e no Reino Unido, por exemplo, as percepções sobre o fim da vida são profundamente influenciadas pelas tradições e valores locais. Um estudo recente, publicado na revista BMC Palliative Care, explorou essas diferenças entre pessoas com demência nos dois países.


No Reino Unido, a prioridade é o controle sobre decisões e o planejamento do final da vida. Lá, a ideia de uma 'boa morte' está ligada à capacidade de escolher como e quando ela acontecerá. Já no Brasil, fatores como a , a espiritualidade e a aceitação do destino são mais destacados. Essas diferenças refletem tradições culturais bem enraizadas em cada sociedade.


Segundo Edison Vidal, coautor do estudo e diretor da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo, incluir pessoas com demência na discussão sobre o fim da vida é essencial. Mesmo em estágios leves ou moderados da doença, muitos pacientes ainda conseguem expressar preferências e refletir sobre valores importantes.


No contexto brasileiro, a valorização da espiritualidade e a preocupação em não causar sofrimento à família são fatores centrais. Em contraste, o Reino Unido enfatiza a liberdade individual e o controle sobre as decisões finais. Essas diferenças têm consequências diretas na abordagem dos profissionais de saúde ao cuidado no fim da vida.


Marcelo Matias, psicólogo que atende em Campinas, ressalta que incluir o paciente nas conversas sobre a morte é uma forma de garantir dignidade. Ele destaca que a espiritualidade ajuda muitos pacientes a lidar com o medo da morte, permitindo que o sofrimento seja enfrentado com mais serenidade.


Além disso, refletir sobre o fim da vida pode até modificar a forma como as pessoas encaram a existência. Muitos pacientes passam a valorizar mais os vínculos familiares e os pequenos momentos do dia a dia após pensar na morte.

Bruno Lima

Bruno Lima

A morte é inevitável, mas o modo como ela é encarada revela muito sobre quem somos. No Brasil, a espiritualidade e a fé são pilares fundamentais nessa jornada final, enquanto no Reino Unido, o individualismo e o controle prevalecem. Independentemente do contexto cultural, o que importa é garantir que cada pessoa possa enfrentar o fim da vida com dignidade e serenidade.

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