Em meio a uma tensa relação entre o governo e o Congresso, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), prometeu obstrução total às pautas do executivo no Legislativo. A declaração foi feita após a manutenção da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, que Caiado classificou como um "excesso desmedido" do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Segundo o governador, a decisão pode ser o "estopim" para uma crise de "desobediência civil".
Caiado criticou duramente o Supremo Tribunal Federal (STF) por suas decisões monocráticas, afirmando que elas geram "um sentimento de enfrentamento, de cisânia e de mal-estar junto à população brasileira". Ele defendeu que as decisões da Corte devem ser tomadas de forma colegiada, em plenário.
A decisão do União Brasil de obstruir totalmente a pauta no Congresso é surpreendente, especialmente considerando que a sigla ocupa três ministérios no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e preside o Legislativo, comandando pastas como Integração e Desenvolvimento Regional, Turismo e Comunicações.
As declarações foram feitas em São Paulo, durante um evento na Bolsa de Valores para anunciar um fundo de crédito para empresários de Goiás. Caiado aproveitou a oportunidade para reforçar seu posicionamento contrário à atuação do STF e ao governo federal.