A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica EMS uniram forças para a produção de liraglutida e semaglutida, substâncias ativas usadas em medicamentos conhecidos popularmente como 'canetas emagrecedoras'. Esses produtos, indicados para o tratamento da diabetes e obesidade, prometem marcar um novo capítulo na indústria farmacêutica brasileira.
De acordo com a nota conjunta divulgada pelas empresas, os acordos estabelecem a transferência de tecnologia para a produção de ambos o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) e o medicamento final. Inicialmente, a produção ocorrerá na fábrica da EMS em Hortolândia (SP), com a transferência total para o Complexo Tecnológico de Medicamentos de Farmanguinhos, no Rio de Janeiro.
Novas estratégias e desafios
A parceria não apenas representa um marco histórico para a indústria farmacêutica brasileira, como também reflete a estratégia da Fiocruz em expandir sua capacidade de produção, especialmente na fabricação de medicamentos injetáveis. Essa iniciativa fortalece o Complexo Econômico-Industrial da Saúde e amplia o portfólio de produtos disponíveis no país.
Uma nova era na saúde
Enquanto isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou os controles sobre esses medicamentos, exigindo que farmácias e drogarias retenham as receitas. A medida foi implementada após um aumento significativo de eventos adversos relacionados ao uso inadequado dessas substâncias.
Discussões sobre custos
A inclusão da semaglutida no Sistema Único de Saúde (SUS) foi tema de uma consulta pública realizada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec). No entanto, a recomendação foi contra a incorporação do medicamento devido aos altos custos, estimados em até R$ 7 bilhões nos próximos cinco anos.
Um olhar crítico
A decisão da Conitec reflete a complexa equação entre inovação e acessibilidade. Enquanto os medicamentos representam um avanço significativo no tratamento de doenças como a obesidade, seu custo elevado pode limitar o acesso para muitos brasileiros.
Essas medidas e parcerias iluminam caminhos promissores, mas também lançam desafios. Afinal, é preciso equilibrar inovação, acessibilidade e segurança na saúde pública.