A Confederação Nacional da Indústria (CNI) está preparando uma missão empresarial ao Estados Unidos, marcada para os dias 3 e 4 de setembro. O objetivo é ampliar o diálogo com autoridades norte-americanas e buscar soluções alternativas frente às taxações de 50% sobre exportações brasileiras, estabelecidas pela Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou que a iniciativa foi apresentada ao vice-presidente Geraldo Alckmin e reunirá representantes do setor industrial brasileiro, incluindo federações, associações setoriais e empresas de grande porte. “Nossa meta é sensibilizar o lado americano, levando propostas concretas que beneficiem ambos os lados, especialmente setores com menor peso financeiro, mas alta representatividade industrial”, afirmou.
A comitiva será composta por dirigentes de entidades como Abrinq (brinquedos), Abimaq (máquinas e equipamentos) e Abit (têxtil), além de empresas renomadas como Tupy, Embraer e Siemens Energy. A agenda inclui encontros com escritórios de advocacia, lobby empresarial e autoridades do governo americano, além de uma audiência pública no Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), responsável pela investigação da Seção 301.
Para além da defesa comercial, o setor industrial brasileiro pretende apresentar propostas alinhadas aos interesses norte-americanos, como parcerias em combustíveis sustentáveis de aviação (SAF), etanol e exploração de minerais de terras raras. A articulação será coordenada pelo ex-embaixador Roberto Azevêdo.
Paralelamente, Alban discutiu com Alckmin a possibilidade de incluir R$ 9,5 bilhões em exportações não cobertas atualmente na base fiscal, medida que reforçaria a credibilidade econômica do país. Essa aproximação estratégica busca não apenas reduzir os impactos das tarifas, mas também fortalecer laços comerciais e promover um diálogo mais abrangente entre Brasil e Estados Unidos.