Os senadores brasileiros que estiveram em Washington para negociar com os EUA alertaram sobre uma nova crise que pode afetar o Brasil em apenas 90 dias. A visita, marcada por tensas conversas com parlamentares norte-americanos, trouxe à tona preocupações sobre a relação comercial com a Rússia e as consequências das sanções impostas pelos Estados Unidos.
Uma crise em perspectiva
Carlos Viana (Podemos-MG) foi direto: "Há outra crise pior que pode nos atingir em 90 dias". Essas palavras resumem a gravidade da situação. Os EUA estão determinados a impor sanções automáticas contra qualquer país que mantenha negócios com a Rússia, especialmente no setor de combustíveis e fertilizantes.
Os senadores brasileiros foram recebidos com pouco entusiasmo pelos republicanos, mas conseguiram ouvir de fonte segura que o Brasil pode enfrentar consequências sérias se não modificar sua posição em relação à Rússia. "Eles acham que quem compra da Rússia dá munição para a guerra continuar", destacou Tereza Cristina (PP-MS).
Trump e a Índia: um exemplo recente
Enquanto isso, Trump anunciou uma "multa" à Índia por negociar com a Rússia. "Eles sempre compraram equipamentos militares da Rússia, mesmo diante das pressões", ironizou o presidente dos EUA. O exemplo indiano serve de alerta: o Brasil corre o risco de ser penalizado se não adotar uma postura mais flexível.
Lula na linha de frente
Em entrevista ao The New York Times, Lula admitiu que tentou estabelecer diálogo com a Casa Branca, mas "ninguém quer conversar". O petista reiterou que o Brasil não deve se comportar como um país pequeno diante dos Estados Unidos. "Nas negociações políticas, sempre precisamos encontrar um meio-termo", afirmou.
A necessidade de uma nova estratégia
Os senadores brasileiros destacaram a importância da participação de Lula nas negociações. "O Brasil precisa trazer à mesa de negociação muito mais do que apenas um pedido de não-tarifas", ressaltou Marcos Pontes (PL-SP). A comitiva brasileira conseguiu abrir um canal de diálogo, mas o desafio é manter esse contato após 1º de agosto, quando entram em vigor as tarifas de 50% impostas por Trump.
Enquanto isso, o Brasil se prepara para enfrentar uma nova crise comercial. Será que Lula e seus ministros conseguirão encontrar um equilíbrio entre as pressões internacionais e a defesa dos interesses nacionais? A resposta virá nos próximos meses.