A crise tarifária entre Brasil e Estados Unidos não é nova. Ela teve início na década de 2010, com o surgimento da força do agro brasileiro, do aço e do alumínio. Hoje, o conflito ganhou destaque nacional e internacional, impulsionado pela família Bolsonaro, que busca soluções via Poder Executivo para mitigar sanções impostas após os eventos de 8 de janeiro.
Os Estados Unidos sempre foram um dos principais mercados para as exportações brasileiras. No entanto, as relações comerciais nunca foram linearmente tranquilas. Divergências sobre subsídios agrícolas, propriedade intelectual, barreiras não tarifárias e questões ambientais já haviam gerado tensões anteriores.
Na atualidade, o conflito transcende os canais diplomáticos tradicionais. Ele está inserido no contexto político interno brasileiro, com olhos voltados para as eleições de 2026. Steve Bannon, estrategista da direita americana, apoia Eduardo Bolsonaro na criação de sanções e pressão sobre decisões judiciais.
Para os Estados Unidos, está em jogo não só o acesso a minerais raros necessários para a inovação tecnológica, mas também a contenção do crescimento do agronegócio brasileiro no território americano. Casos como o da Embraer ilustram essa dinâmica.
Essa crise não é apenas uma disputa tarifária ou um confronto entre esquerda e direita. Ela pode redesenhar o comércio internacional, criando crises internas ou novas oportunidades de negócio no cenário global.