Descobrindo a mística da vinha: Vega Sicilia e o fascínio pelas lendas do vinho

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Quando se entra no pequeno museu dedicado ao vinho, no coração da impressionante fortaleza medieval de Peñafiel, perto de Valladolid, no norte de Madri, a primeira vitrine de grandeza que chama a atenção é dedicada à bodega Tempos Vega Sicilia. O visitante descobre várias garrafas ornamentadas com rótulos coloridos e informações celebrando esse domaine vitícola, localizado a poucos quilômetros da fortaleza. É um ícone regional, uma referência incontornável.


No entanto, há um detalhe significativo: o local não é visitável. Isso não é surpreendente para vinhos míticos, afinal, nada melhor para alimentar a imaginação do que algo inacessível. Afinal, como diria o filósofo da taça cheia, 'o mistério é a alma do desejo.'


No coração da região de Castilla y León, na margem do Douro - rio que serve de fronteira entre Espanha e Portugal e dá nome à denominação Ribera del Duero -, os domínios vinícolas se sucedem, cada um mais fascinante que o outro. De arquitetura impressionante a qualidade das safras, tudo aqui é tentador. Mas há uma constatação: existe Vega Sicilia e os outros. Alguns merecem ser lendas, afinal.


A experiência de provar vinhos como estes é semelhante à vida mesma: às vezes, o melhor está justamente naquilo que não podemos alcançar, naquele sabor que fica na memória, naquela taça que jamais será cheia por completo. Assim como os segredos da fortaleza medieval de Peñafiel, a mística de Vega Sicilia permanece intacta, guardada pelas muralhas do tempo e do exclusivismo.

Bruno Lima

Bruno Lima

E assim, como em uma taça de vinho tinto, a perfeição sometimes está justamente no que não podemos alcançar. Ao menos é o que bebemos nessas reflexões.

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