Dia Nacional do Motociclista: Um Alerta Sobre os Riscos da Estrada

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Em um país onde as motocicletas são sinônimo de liberdade e rapidez, o Dia Nacional do Motociclista, instituído pela Lei 15.006/2024 em outubro do ano passado, serve como um lembrete doloroso da realidade das vias brasileiras. A cada ano, milhares de vidas são interrompidas ou mutiladas nas estradas, transformando o amor pelas duas rodas em uma aposta mortal.


De acordo com o Atlas da Violência, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Ipea, os acidentes com motocicletas já são a principal causa de morte no trânsito brasileiro. Em 2023, foram registrados 34,9 mil óbitos, superando em 3% o número do ano anterior. Esses números chocantes não refletem apenas um problema de mobilidade, mas uma crise humanitária que afeta diretamente os motociclistas.


Lucio Almeida, presidente do CDVT – Centro de Defesa das Vítimas de Trânsito, alerta para o sofrimento além da morte. Muitos sobreviventes ficam com sequelas irreversíveis, incapacitados de trabalhar e重建其 vida. O Brasil, entretanto, não oferece mecanismos de amparo adequados. Desde 2020, a arrecadação do DPVAT foi extinta, deixando as vítimas sem nenhum recurso para se recuperar.


Diante desse cenário, o CDVT propôs um Projeto de Lei que obriga empresas de entregas por aplicativo a contratarem seguros de vida para os motociclistas. Ainda em negociação com autoridades, a iniciativa busca garantir indenizações e auxílio médico para as vítimas. Entre outras medidas, a proposta estabelece uma indenização de R$ 150 mil para famílias enlutadas ou R$ 20 mil para cobrir despesas médicas.


Enquanto isso, milhões de motociclistas continuam a enfrentar um trânsito hostil, transformando suas vidas em histórias de luta e resistência. O Dia Nacional do Motociclista não deve ser apenas um dia de conscientização, mas também de ação. É hora de exigir políticas públicas que valorizem a vida humana e reconstruam o futuro para esses heróis invisíveis das estradas.

Rafael Pereira

Rafael Pereira

Enquanto o trânsito brasileiro transforma as motocicletas em cemitérios rodantes, é fundamental questionar: quantos outros Lucios, tantos outros motoqueiros invisíveis, ainda precisarão morrer para que nossas autoridades finalmente acordem?

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