A Avenida Paulista foi palco, no último domingo (3/8), de mais um ato organizado pelo bolsonarismo. Diferentemente dos demais, porém, Jair Bolsonaro não esteve presente. O ex-presidente, que desde 2022 está afastado da Presidência, participou apenas por meio de uma vídeochamada, como determina a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A ausência física do líder do movimento não diminuiu o seu impacto, no entanto, já que os manifestantes carregaram faixas e gritos pedindo 'reaja, Brasil', em resposta ao julgamento que avança sobre a tentativa de golpe atribuída a Bolsonaro.
Destaque da edição esteve em Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente. O parlamentar, que reside nos Estados Unidos desde fevereiro, participou ativamente do ato por meio de uma chamada de vídeo com o deputado estadual Paulo Mansur (PL-SP). Emocionado, agradeceu aos presentes: "Muito obrigado, sozinho a gente não faz nada". Aproveitando a ocasião, Eduardo selou uma trégua com Nikolas Ferreira (PL-MG), reforçando a unidade do bolsonarismo em meio à crise.
Para Eduardo, a mobilização nos EUA teve como objetivo pressionar o governo americano a aplicar sanções contra figuras envolvidas no julgamento de Bolsonaro. Recentemente, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos impôs a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, proibindo-o de circular nos EUA e realizar transações econômicas com empresas americanas. A medida é considerada um sucesso para Eduardo, que desde fevereiro está em solo norte-americano.
Enquanto isso, a ausência de governadores na manifestação chamou atenção. Tarcísio de Freitas (Republicanos) estava ocupado com um procedimento médico no Hospital Albert Einstein, enquanto Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, decidiu marcar presença na Paulista. O ato contou com a organização do pastor Silas Malafaia, que lotou as ruas com discursos e faixas denunciando o STF.
Apesar da ausência de Bolsonaro, o clima foi de reação e determinação. Os manifestantes exibiram faixas contra Moraes e Lula, além de protestar contra parlamentares que se opõem à pauta da anistia. Um homem fantasiado de estátua também participou, simbolizando a rigidez do STF.
