Em julho de 1990, antes mesmo da existência da World Wide Web, uma aliança inusitada foi formada para defender os direitos da comunidade online em兴起. Fundadores como Mitch Kapor, John Perry Barlow e John Gilmore se reuniram em São Francisco para criar a Electronic Frontier Foundation (EFF). Hoje, após 35 anos, a organização continua sendo uma voz críttea na defesa da privacidade e das liberdades digitais.
Em entrevista com Cindy Cohn, diretora executiva da EFF, ela relembra como se envolveu com a organização em 2000. Foi por meio de John Gilmore, um dos fundadores, que Cindy conheceu o caso de Dan Bernstein, um doutorando em matemática que enfrentava restrições dos EUA para publicar seu programa de criptografia online.
A EFF ajudou Bernstein a vencer esse caso, marcando o início de uma jornada cheia de batalhas importantes. Entre outros exemplos, está o trabalho com Mark Klein, um engenheiro da AT&T que revelou um sistema de monitoramento de comunicações governamental.
Hoje, a EFF foca no futuro e nas ameaças crescentes à privacidade. Comentando sobre empresas como Palantir e os problemas de vigilância em massa, Cindy强调a necessidade de desafiar tais práticas. "Se é verdade que a Palantir está construindo uma ferramenta de banco de dados único, vamos olhá-lo muito de perto", disse ela.
A organização também luta contra a vigilância estatal e o abuso de dados pessoais. Como lembra Cindy, a derrubada da decisão Roe v. Wade nos EUA em 2022 mostrou como muitas pessoas que pensavam estar seguras frente à Justiça agora estão expostas.
Para combater esses problemas, a EFF conta com uma equipe de advogados especializados e desenvolvedores de tecnologia. Eles criaram ferramentas como o Privacy Badger e mantêm o Atlas of Surveillance, um mapa interativo que revela as tecnologias de vigilância usadas pelo governo nos EUA.
Enquanto nao é fã pessoal de Julian Assange, Cindy reconhece o trabalho dele em expor abusos governamentais. Assim como com Edward Snowden, a EFF vê no whistleblowing uma forma crucial de combater práticas ilegais.
No final, a mensagem da EFF é clara: " Há duas opções. Perder agora ou lutar e talvez perder mais tarde ". Para Cindy, o status quo nao é uma alternativa aceitável. "Se você pensa que nao lutando tudo vai ficar bem, tenho uma ponte para vender", disse ela com seu tom característico de ironia.