Em um domingo marcado por tensão religiosa e humanitária, o Crecente Vermelho Palestino denunciou que as forças israelenses atacaram suas instalações em Khan Younis, sul da Faixa de Gaza. O ataque resultou na morte de um funcionário e ferimentos em três outros. Enquanto isso, o ministro ultradireitista Itamar Ben-Gvir visitou o Monte do Templo, em Jerusalém, desafiando a trégua regional e intensificando os confrontos.
Ben-Gvir não apenas pisou no local sagrado para os judeus, como também rezou ali, um gesto considerado profundamente provocador pelo mundo islâmico. Sua visita ocorreu pouco depois de o Hamas liberar vídeos chocantes de reféns israelenses em Gaza, exibindo condições desesperadoras de fome. As imagens causaram indignação global e pressão sobre Israel para negociar a libertação dos 50 reféns mantidos desde o ataque de outubro passado.
Enquanto isso, as consequências humanitárias da guerra na Faixa de Gaza se tornam cada vez mais graves. Centros hospitalares relataram que 33 palestinos morreram tentando buscar ajuda alimentícia. A fome generalizada ameaça converter a região em um cenário de fome, com as crianças e pessoas com necessidades especiais sofrendo os impactos mais intensos.
Israel justificou que medidas estão sendo tomadas para aumentar o fluxo de ajuda, mas organizações internacionais denunciam que a situação não melhorou significativamente. O Hamas, por sua vez, insiste em abrir corredores humanitários permanentes para distribuir alimentos, mas Israel afirma que isso é incompatível com a segurança.
Um conflito que transcende o religioso
A visita de Ben-Gvir ao Monte do Templo não foi um gesto isolado. É parte de uma estratégia política que visa fortalecer os radicais no governo israelense e antagonizar o mundo árabe. Para muitos, é a prova de que o conflito na Terra Santa transcende a religião: é uma disputa por território, identidade e poder.
Enquanto as potências mundiais tentam mediavar a crise, os palestinos continuam pagando com suas vidas. A fome, o medo e a desesperação são armas silenciosas que afetam diretamente a população civil. E Israel, com sua máquina bélica, parece não querer dar trégua.