Em uma missão que parece saída de um filme de terror espacial, cientistas estão enviando variadas cepas de bactérias causadoras de doenças para a Estação Espacial Internacional (ISS) como parte da Missão Crew-11. Este experimento, realizado em parceria entre o Centro Médico Sheba, na Israel, e a empresa norte-americana Space Tango, visa compreender melhor como as bactérias se propagam e se comportam em condições extremas.
A experiência inclui E. coli, além de bactérias responsáveis por doenças como a febre tifoide e a infecção conhecida como Salmônica. Após chegar na ISS, o experimento acompanhará o crescimento das diferentes espécies bacterianas antes de retornar à Terra para serem testadas contra amostras irmãs cultivadas simultaneamente em um laboratório idêntico, mas em condições normais.
Os resultados desse estudo poderão ajudar os cientistas a entender como as bactérias respondem à ausência de gravidade, algo especialmente relevante para os astronautas, que estão mais propensos a contrair infecções durante as missões devido ao estresse, exposição à辐射 and alterações na gravidade. No entanto, a pesquisa pode revelar aplicações além do âmbito espacial. Com o aumento das superbactérias resistentes a antibióticos, o experimento pode oferecer insights sobre como combater cepas bacterianas mais robustas.
"Este experimento permitirá que, pela primeira vez, façamos um mapeamento sistemático e molecular de como o perfil de expressão genética de várias bactérias patogênicas se altera no espaço", disse Ohad Gal-Mor, chefe do Laboratório de Pesquisa em Doenças Infecciosas do Centro Médico Sheba, em um comunicado à imprensa.
Este não é o primeiro estudo sobre o comportamento das bactérias em condições microgravíticas. Em 2017, pesquisadores da Universidade de Houston já haviam testado como a E. coli se desenvolve em um ambiente simulado do espaço. Mais recentemente, a NASA lançou um experimento que incumbia os astronautas de limpar e testar o interior da ISS em busca de evidências de bactérias resistentes a antibióticos.
Enquanto isso, na Terra, nós continuamos torcendo para que nossos cientistas mantenham as superbactérias longe do espaço - ou ao menos que aprendam a lidar com elas antes que se tornem um problema maior.