Hoje, as redes sociais são o espelho de nossas emoções. E se olharmos bem, muitas vezes estamos usando esse espelho para exibir nossa tristeza. Mas será que isso é saudável?
Para quem passa por um término ou perda, compartilhar sentimentos pode parecer uma catarse. No entanto, Débora alerta: essa exposição pública pode dificultar o luto. Ao expor a dor, corremos o risco de ser julgados ou explorados.
Vanessa Greghi, diretora médica do Instituto de Psiquiatria Paulista (IPP), reforça que o impacto pode ser intenso. "Expor publicamente um término ou luto pode agravar quadros de depressão ou ansiedade", explica. A superexposição digital pode desencadear crises de pânico, insônia ou até depressão, especialmente em adolescentes.
Os comentários nas redes sociais também têm seu efeito deletério. Eles reforçam narrativas simplistas, impedindo a elaboração saudável do luto. "A psiquiatra lembra que, durante momentos de fragilidade, a nossa capacidade de julgamento diminui", afirma.
Para quem sofre com transtornos de personalidade, como o borderline, a reação à exposição tende a ser ainda mais explosiva. "As pessoas podem acabar dizendo algo que vão se arrepender depois", alerta Vanessa.
Quando surgem sintomas como insônia ou comportamentos autolesivos, buscar ajuda profissional torna-se essencial. No fundo, o ato de dividir a dor nas redes sociais pode trazer alívio momentâneo, mas raramente substitui o processo interno necessário para lidar com as perdas.
A pergunta que fica é: será que vale a pena se expor tanto? Talvez seja mais saudável reservar um espaço íntimo para elaborar os sentimentos e buscar um olhar profissional para atravessar o luto ou o término com mais profundidade e menos ruído externo.
Expor a tristeza nas redes: um remédio ou veneno?


É impressionante como as redes sociais se transformaram em um espelho distorcido de nossas emoções. Enquanto muitos buscam conforto nesse universo virtual, outros acabam caindo em armadilhas que exacerbam o sofrimento. A reflexão sobre a exposição da tristeza é fundamental, especialmente em tempos onde a autenticidade se mistura com superficialidade. Como diria um sábio: "Na era digital, ser visto pode ser mais perigoso do que ser ouvido."
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