O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, demonstrou otimismo após o presidente dos Estados Unidos indicar que está aberto a conversas sobre as tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros. Em entrevista, Haddad destacou a importância de estabelecer um diálogo com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, para minimizar os impactos econômicos da medida e retomar as negociações entre Brasil e Estados Unidos.
A tarifa foi justificada por Trump como uma resposta a supostas 'ações incomuns' do governo brasileiro. No entanto, 44,6% das exportações brasileiras foram isentas, incluindo produtos de grande relevância para o país, como petróleo, celulose e suco de laranja. Haddad ressaltou que o Brasil considera a decisão unilateral dos EUA e buscará apresentar argumentos técnicos para rebater os motivos alegados.
Além das tarifas, o encontro entre Haddad e Bessent também pode abordar a Lei Magnitsky, que impõe sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes. O governo americano incluiu essa medida no mesmo decreto que anunciou as taxas alfandegárias. Haddad afirmou que pretende esclarecer como funciona o sistema judiciário brasileiro e combater o que chamou de 'desinformação' sobre o tema.
Enquanto isso, Lula se manifestou nas redes sociais, reforçando a posição do Brasil de sempre estar aberto ao diálogo e defendendo sua economia, empresas e trabalhadores. O presidente brasileiro destacou que os rumos do país são definidos por seus próprios institutos e cidadãos.
Paralelamente, o governo federal discute medidas para mitigar os impactos das tarifas. Em um exemplo, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, junto com Haddad, avaliou a possibilidade de que o estado e as prefeituras comprem produtos prejudicados pela medida, como peixes e frutas, para incluí-los em programas sociais.
Até o momento, não há data marcada para um encontro presencial entre Lula e Trump. Tudo dependerá do desdobramento das conversas entre Haddad e Bessent.