A Polícia Federal (PF) registra um cenário impressionante em 2025: até julho, já foram abertos 20 novos inquéritos contra pessoas com foro privilegiado. O número, que representa quase um quarto do total de apurações na corporação, reflete uma escalada na investigação de autoridades ligadas a esquemas complexos.
Somente em Brasília, os números chegam a 89 casos. No entanto, esse total não inclui operações como a Overclean, conduzida pela PF na Bahia, que já resultou em indiciamentos e reflexões sobre o alcance da Justiça no Brasil.
O foro privilegiado continua sendo um tema controverso. Enquanto protege autoridades contra interferências locais, também cria um sistema paralelo de justiça que muitos critica. Em março, o STF decidiu ampliar seu escopo, permitindo julgamentos após a saída do cargo, desde que haja ligação com a função.
Entre os casos destacados, está o do deputado Júnior Mano (PSB-CE), alvo de suspeitas de fraudes em licitações. No STF, Gilmar Mendes autorizou buscas e apreensões ligadas ao parlamentar, revelando um esquema que envolvia desvios de emendas para a compra de votos.
Outro nome no radar é o deputado Antonio Doido (MDB-PA), investigado por suposta participação em saques milionários e corrupção. A PF já apreendeu R$ 5 milhões e R$ 1,1 milhão em datas próximas das eleições, reforçando a suspeita de irregularidades.
Enquanto isso, o Brasil assiste a um jogo de gato e mouse entre a Justiça e os abusos de poder. A pergunta que não quer calar é: será que a Justiça está no caminho certo para combater a corrupção?