Maníaco do Parque: A promessa de renascimento e a liberdade que assusta

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Em um dos capítulos mais macabros da história criminal brasileira, Francisco de Assis Pereira, conhecido como o Maníaco do Parque, se aproxima da liberdade. Sentenciado a 280 anos de prisão por estuprar e assassinar nove mulheres em São Paulo, ele será libertado em 2028, após cumprir apenas 30 anos. Enquanto isso, ele promete mudar de nome e afirma ter se transformado. Mas o que realmente mudou?


Em uma entrevista concedida à psicóloga forense Simone Lopes Bravo, Pereira retratou sua trajetória, desde os crimes que chocaram o país até a conversão evangélica que, segundo ele, o redimiu. Hoje, com sobrepeso e sem dentes, vive na Penitenciária de Iaras, dividindo espaço com outros seis detentos condenados por crimes sexuais.


Simone, que reside em Portugal, se interessou pelo perfil psicológico do criminoso e conseguiu autorização para visitá-lo. A partir dessa interação, surgiu o livro "Maníaco do Parque – A Loucura Lúcida", que promete desvendar os pensamentos perturbadores de um dos homens mais detestados do Brasil.


A transformação prometida

Pereira afirma ter se tornado "um novo homem" e que "aquele Francisco não existe mais". Ele culpa sua infância e adolescência por moldar seu comportamento violento, atribuindo a um ambiente de trabalho do avô e à pornografia precoce como fatores desencadeadores. No entanto, é difícil aceitar que uma conversão religiosa possa apagar completamente os atos hediondos cometidos.


Sociedade e impunidade

Enquanto Pereira planeja sua volta à sociedade, o questionamento surge: será que estamos preparados para recebê-lo? A justiça brasileira, com sua legislação obsoleta e a prática de soltar criminosos após 30 anos, parece mais uma vez falhar na proteção das vítimas e de suas famílias.


Uma reflexão necessária

Este caso vai além do indivíduo. É um espelho da sociedade que construiu um sistema penitenciário deficiente, onde a recuperação é uma promessa vazia e a liberdade é concedida sem qualquer garantia de que o criminoso não reincidirá.


Conclusão

Enquanto Pereira se prepara para sair da cela, ele promete ter se transformado. Mas seremos nós, como sociedade, capazes de enxergar essa mudança de verdade ou simplesmente odiá-lo por ser aquilo que é? Afinal, crimes como os cometidos pelo Maníaco do Parque jamais serão esquecidos.

Camila Fernandes

Camila Fernandes

"A liberdade é um presente precioso, mas para aqueles que a merecem." – Só se Pereira fosse inocente.

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