Em um dia como qualquer outro, Laudemir de Souza Fernandes, um gari de 44 anos, ia trabalhar na coleta de lixo em Belo Horizonte. Sua jornada diária terminou tragicamente na manhã da segunda-feira (11), vítima de um assassinato covarde que chocou a cidade.
Segundo relatos, Renê da Silva Nogueira Júnior, um empresário de 47 anos, se irritou com a presença do caminhão de lixo na rua e exigiu espaço para passar com seu carro. A motorista do caminhão afirmou que havia espaço suficiente, mas Renê teria descido do veículo e disparado contra Laudemir. A vítima foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
Renê, marido da delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, da Polícia Civil de Minas Gerais, negou ter cometido o homicídio. A arma que matou Laudemir pertence à delegada, e a Subcorregedoria da Polícia Civil abriu investigação para apurar se houve negligência na guarda do armamento.
Laudemir trabalhava há nove anos para uma empresa terceirizada de limpeza urbana vinculada à Prefeitura de Belo Horizonte e estava prestes a ser promovido. Ele era descrito como dedicado, apaixonado pelo trabalho e respeitoso. Deixou uma filha de 15 anos, uma enteada e a companheira Liliane França.
During the velório, realizado na manhã desta terça-feira (12) na Igreja Quadrangular de Nova Contagem, familiares se emocionaram e pediram justiça. A viúva ressaltou a dedicação do marido e a rotina de enfrentamento do desrespeito sofrido por profissionais de limpeza urbana.
Renê foi preso poucas horas após o crime em uma academia do bairro Estoril, na Região Oeste de BH. Ele foi identificado por três testemunhas e preso em flagrante pelos crimes de homicídio qualificado, por motivo fútil, e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. A Polícia Civil informou que acompanha o caso, apreendeu as armas envolvidas e instaurou procedimento disciplinar para apurar a conduta da delegada.
Garoto de Ouro: A História do Gari Que Encantou Belo Horizonte


Laudemir era mais do que um gari: era um exemplo de dedicação, um pai presente, um marido amoroso. Sua morte é uma tragédia que nos faz refletir sobre o valor dos trabalhadores invisíveis que mantêm nossas cidades funcionando. Que Justiça seja feita!
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