O drama da captividade: como o Hamas se descredita

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Novas imagens chocantes vieram se juntar às que relatam há meses o sofrimento dos palestinos na Faixa de Gaza. Divulgadas pelo Hamas desde 31 de julho, elas mostram dois reféns israelenses, Evyatar David e Rom Braslavski, mantidos em cativeiro desde sua captura, em 7 de outubro de 2023, em um labirinto de túneis construídos pela milícia islâmica para se proteger dos bombardeios, custe o que custar aos civis.


Um espetáculo nauseabundo

Estas novas cenas abomináveis e obscenas do crime de guerra que é a captura de reféns vêm após outras similares, que acompanharam as libertações anteriores de reféns em janeiro e fevereiro, durante um cessar-fogo. Elas confirmam que o Hamas, totalmente desacreditado desde o ataque brutal perpetrado há 22 meses, não poderá mais fingir ter qualquer papel em Gaza quando as armas finalmente se calarem.


Uma guerra sem fim

Estas imagens também lembram que a guerra sozinha é incapaz de alcançar o objetivo fixado pela coalizão governante em Israel: a erradicação total e definitiva do Hamas. Este expurgo não pode ser alcançado apenas com a força militar, mas sim através da abertura de uma perspectiva política que deslegitime seu extremismo sangüinário, ao qual ressoa o nacionalismo radical israelense, que contempla o limpeza étnica da estreita faixa de terra — e talvez em breve, partes inteiras da Cisjordânia ocupada.


Uma voz experiente

Fortalecidos por seu prestígio, esses antigos responsáveis não se dirigiram ao primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahou, mas diretamente ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Eles reforçam que não podemos esperar nada da coalizão governante em Israel, que unilateralmente encerrou o precário cessar-fogo obtido com esforço em janeiro. Eles também indicam que a pressão, por meio do poderoso aliado americano, é a única forma de dobrar Benyamin Netanyahou.


Uma saída necessária

Sua mensagem vigorosa, acompanhada de um vídeo em que o ex-diretor da segurança israelense afirma que a guerra de Gaza "perdeu seu caráter justo e está levando Israel à perda de sua identidade", deve ser ouvida. Quando essas personalidades mencionam a implementação de uma "coalizão regional-internacional que ajude a Autoridade Palestina (uma vez reformada) a oferecer aos gazaenses e a todos os palestinos uma alternativa ao Hamas", estão apoiando, de forma sutil, a iniciativa lançada conjuntamente pela França e pela Arábia Saudita para ressuscitar a solução dos dois Estados.

Ana Paula Costa

Ana Paula Costa

Enquanto o conflito no Oriente Médio se arrasta, é crucial compreender que a força militar sozinha não resolverá nada. A paz exige coragem política e uma coalização internacional decidida em buscar soluções duradouras. Que as vozes experientes continue ecoando para que um futuro de dignidade e segurança para todos seja possível.

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