O Fogo que Crescia em Tapera: A Luta Contra As Queimadas Criminosas

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A cidade de Tapera ainda respira o cheiro do fumo das queimadas, um problema que se tornou rotina no calor do verão brasileiro. Enquanto as chamas crescem, como que em dança sinistra, a Defesa Civil e os bombeiros trabalham incansavelmente para controlar o caos. E é aqui que surge a ironia: enquanto tentamos apagar o fogo, ele mesmo muitas vezes é acionado deliberadamente, como se fosse um recurso de última mão contra algo — quem sabe, o próprio descontentamento?


Na tarde da quarta-feira, os heróis disfarçados de uniformes estiveram na Rua Ribeirão Preto, no Jardim Marília, combatendo as chamas próximas ao linhão de transmissão da CPFL. Um local que, curiosamente, serve como testemunha silenciosa dos nossos conflitos com a natureza. E não podemos negar: há algo profundamente humano em jogar fogo no mundo e depois tentar lidar com as consequências.


Na semana passada, um incêndio criminoso no Jardim Barnabé teve força suficiente para destruir uma área de 350 mil metros quadrados de plantação de cana-de-açúcar. Imagine: 350 mil metros quadrados de vida queimados em minutos, como se fossem papéis num fogo de artifício. E é assim que lidamos com a Terra? Com um ato de desespero ou de revolta?


Enquanto escrevo estas linhas, não posso evitar pensar: quantas vezes já vimos isso? Quantas vezes o fogo foi usado como ferramenta de destruição, em lugar de ser apenas um elemento natural? E o mais perturbador: será que algum dia aprenderemos a conviver com a natureza sem precisar recorrer ao fogo para resolver nossos problemas?

Fernanda Almeida

Fernanda Almeida

Enquanto o fogo continua a crescer, Tapera serve como um espelho de nossas escolhas coletivas. Queimações criminosas são apenas uma consequência da nossa relação complicada com o mundo que construímos.

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